quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

MINISTRO LUPI DEFENDE CRIAÇÃO DE INDICE INTERNACIONAL DE EMPREGO


Indicador tornaria mais claro o efeito das políticas econômicas sobre os postos de trabalho, mantendo o tema como foco do debate econômico e fornecendo dados para a orientação de políticas públicas de emprego.


Brasília, 13/01/2010 - O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, propôs nesta quarta-feira (13) aos governos do Chile, México e Argentina a criação de um índice universal para medir a evolução do emprego em todos os países. Segundo Lupi, o indicador tornaria mais claro o efeito das diversas políticas econômicas sobre geração de postos de trabalho, mantendo o emprego como a grande foco do debate econômico.
"O emprego é o maior mecanismo de distribuição de renda, mas continuamos usando índices que interessam mais ao mercado financeiro, como o controle da inflação e o produto interno bruto (PIB). Precisamos de um índice que priorize o ser humano", afirmou Lupi, durante encontro promovido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) para a América Latina. "O emprego deve orientar a economia, e não o contrário".
O ministro citou como exemplo o Cadastro Geral de Empregos e Desempregos (Caged) brasileiro, que todos os meses apresenta um raio-x do mercado de trabalho do Brasil. "Esses dados têm auxiliado o Governo a orientar as políticas públicas e, graças à sua constante divulgação na imprensa, conseguimos trazer essa questão para o centro do debate".
A sugestão do Governo Brasileiro foi elogiada pelo ministro do Trabalho Mexicano, Javier Lozano, que em seguida propôs a adoção de um índice que relacione o Produto Interno Bruto e a geração de empregos formais. "Sem dúvida o emprego pleno deve ser uma preocupação nacional em toda a América Latina. Precisamos construir um mecanismo que possa medir isso de forma homogênea", pontuou.
Em seu discurso, o diretor geral da OIT, o chileno Juan Somavia, também apoiou a iniciativa, lembrando que a recuperação dos empregos será mais lenta que a da economia. Ele comparou o desempenho econômico da América Latina a uma "montanha-russa", incapaz de sustentar longos períodos de crescimento.
"Nosso desafio é mostrar que o emprego merece tanto investimento como os bancos privados que estavam ameaçados. Nao faz sentido criar ações apenas para proteger instituições financeiras", defendeu. "A recuperação da bolsa de valores do Chile, por exemplo, não está tendo reflexo sobre o mercado de trabalho do país", argumentou.
Durante a reunião foram debatidos ainda temas como o papel dos bancos centrais no elaboração de políticas de emprego e o risco de aumento da informalidade no mercado de trabalho. Houve consenso entre os ministros de que é preciso criar melhores condições para as pequenas e médias empresas, assim como manter a Agenda do Trabalho Decente proposta pela OIT.
Também presente ao evento, o economista Márcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) afirmou que a política de aumento real do salário mínimo brasileiro e expansão do Programa Bolsa Família ajudaram a economia brasileira a atravessar o momento de crise internacional.

"Graças a essas ações e à forte atuação dos bancos públicos, a demanda interna continuou aquecida. A partir de agora essas ações anticíclicas devem ser convertidas em politicas estruturais, protegendo a economia de futuras crises", afirmou Pochmann.

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